A grave crise nas maternidades municipais de Goiânia foi tema de uma plenária temática do Cremego realizada ontem, 20, com as presenças da diretoria e conselheiros da autarquia, médicos afetados pelos problemas nas instituições, diretores das maternidades e membros da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc).

O Ministério Público do Estado de Goiás não compareceu, mas fez contato com o Cremego, solicitando acesso às decisões da plenária. Apesar do convite, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia também não enviou representantes.

O presidente do Cremego, Fernando Pacéli Neves de Siqueira, comentou o fato do órgão municipal nem ao menos responder ao convite e citou que, mesmo que os recursos cheguem à SMS, eles não estão sendo destinados às maternidades públicas da capital: Maternidade Dona Íris, Maternidade Nascer Cidadão e Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara.

A dívida da SMS com as maternidades, de acordo com a Fundahc – gestora das unidades – ultrapassa os R$ 70 milhões. A diretora executiva da Fundahc, Lucilene Sousa, afirmou que a posição da Secretaria diante da situação que levou à suspensão dos atendimentos eletivos, mas vem sobrecarregando os prontos-socorros, é de constante omissão.

“Precisamos mostrar à sociedade que o que falta é o repasse (do dinheiro) e tivemos que tomar a medida de suspensão dos atendimentos eletivos”, esclareceu ela, que mencionou também a notícia enviada pelo gabinete da Prefeitura de que será feito um pequeno repasse ainda nesta semana. Porém, mesmo que ocorra, segundo a diretora, ele será insuficiente para sanar a crise.

O 1º secretário do Cremego, Waldemar Naves do Amaral, exemplificou o cenário com a extrema falta de insumos básicos, como luvas. “Essa gestão é uma vergonha absoluta e temos que agir, porque o povo e os médicos estão sofrendo”.

Segundo o presidente do Conselho, a autarquia irá acionar judicialmente a SMS de Goiânia, buscando o apoio do Tribunal de Contas da União (TCU) e Ministério Público Federal. “Nós defendemos a sociedade e, com isso, defendemos os médicos também”, afirmou Pacéli, adiantando que o Cremego poderá ainda acionar os médicos responsáveis pelos atrasos por infração ao Código de Ética Médica

Já o diretor de Fiscalização do Cremego, Erso Guimarães, explicou que as maternidades foram vistoriadas e o Conselho poderá avaliar a interdição ética dessas unidades por falta de condições de trabalho digno para os médicos e total precariedade na assistência à população. Caso ocorra a interdição, os médicos ficarão impedidos de trabalhar nas unidades.

Confira o site e as redes sociais do Cremego para acompanhar mais notícias sobre o caso.

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