O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) manifesta publicamente o seu descontentamento com a declaração do prefeito da capital, Rogério Cruz, sobre a terceirização do trabalho médico na rede pública de saúde com a contratação de empresas para a gestão deste serviço.
Em entrevista à imprensa, o prefeito alegou ter sido esse modelo de contratação o mais eficaz para sanar problemas de falta de médicos e superlotação das unidades.
O prefeito erra ao fazer essa afirmação. Erra também a gestão municipal ao alegar que os médicos terão ganhos com a mudança, pois vão receber mais pelo plantão e pagar menos imposto de renda.
Erram porque a solução para a superlotação e a precariedade nas condições de atendimento à população na rede pública de saúde de Goiânia, que já foi alvo de fiscalizações, denúncias e reuniões promovidas pelo Cremego, não está na pejotização do trabalho médico.
Não precisamos da contratação de novas empresas, mas de melhor remuneração e garantia de direitos trabalhistas dos médicos – como férias e auxílio-doença não assegurados pela terceirização. Precisamos de mais condições de trabalho, de segurança, de insumos e da correta higienização das unidades de saúde.
Terceirizar o serviço e responsabilizar os médicos antes contratados pelo caos instalado são medidas frágeis e desrespeitosas com a classe médica, a população que depende do serviço público e todos os contribuintes que pagam por ele.
Esperamos que o prefeito reavalie o seu posicionamento e que dê à saúde o valor que essa área merece.