A grave crise que afeta a rede pública municipal de saúde em Goiânia foi debatida ontem, 13, em uma plenária promovida pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) e coordenada pela presidente Sheila Soares Ferro Lustosa Victor.

O encontro reuniu médicos de serviços da rede pública, como o SAMU, diretores e conselheiros do Cremego, representantes da Secretaria Municipal de Saúde, Conselho Municipal de Saúde, Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás, Comissão de Saúde da Câmara dos Vereadores e Ministério Público de Contas de Goiás.

O diretor de Fiscalização do Conselho, Antônio Carlos de Oliveira e Ribeiro, e o 2º secretário, Robson Azevedo, apresentaram resultados de fiscalizações recentes nas unidades de saúde, comprovando com fotos e relatórios a precariedade das instalações e as más condições de trabalho médico e de atendimento à população.

“É uma crise sem precedentes”, afirmou a presidente. O sucateamento da rede pública, a demissão de médicos experientes e a contratação de substitutos por empresas privadas que exploram o trabalho destes profissionais que sequer têm seus direitos trabalhistas respeitados, a superlotação das unidades, a sobrecarga dos profissionais de saúde foram alguns dos problemas apontados.

“Tem pessoas morrendo sem assistência e nós, que lutamos por uma medicina de qualidade, não podemos aceitar isso”, enfatizou a presidente ao cobrar soluções urgentes para a crise.

Ela citou que o problema é antigo e tem se agravado ao longo do tempo, tendo sido denunciado repetidamente à Secretaria Municipal de Saúde, à Prefeitura, ao Ministério Público e a outros órgãos competentes, porém sem resposta satisfatória.

Mesmo confrontados com a realidade apresentada pelos profissionais de saúde e pela fiscalização do Cremego, os representantes da Secretaria Municipal de Saúde questionaram as alegações dos médicos e do Conselho, afirmando que medidas eficazes estão sendo adotadas para melhorar o funcionamento da rede pública e que a população está sendo bem atendida.

Diante desse impasse, o Cremego agendou uma nova reunião para o dia 20 de maio, com a presença do secretário Wilson Pollara. Até lá, o Conselho vai intensificar a fiscalização nas unidades de saúde. Um mutirão de médicos fiscais e conselheiros será deflagrado hoje, com o objetivo de vistoriar todas as unidades públicas de Goiânia. Os resultados serão apresentados na próxima reunião.

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