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Conselho Regional de Medicina

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Confira o artigo da presidente do Cremego publicado hoje, 9, no jornal O Popular

Os riscos das escolas médicas

Nos últimos anos, o Brasil tem testemunhado a abertura descontrolada de escolas de medicina e a ampliação de vagas em instituições já existentes. Só em Goiás, são 15 faculdades públicas e privadas e outras seis aguardam autorização para funcionamento.

Esta proliferação, muitas vezes impulsionada pelo interesse de empresários da educação, tem gerado questionamentos sobre a qualidade da formação dos profissionais que estarão responsáveis por cuidar da saúde da população.

Neste cenário, a luta do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás tem sido incansável na defesa da qualidade do ensino médico, um dos pilares de nossas ações.

O que se vê hoje são faculdades que, com o argumento de democratizar o ensino médico e visando lucros, oferecem cursos com condições mínimas de funcionamento, muitas vezes cobrando mensalidades exorbitantes e iludindo famílias que se endividam para realizar o sonho de ter um filho médico.

Essas instituições não garantem a formação técnica e humanística necessária para que os futuros médicos possam atuar com a competência e responsabilidade que as boas práticas médicas exigem.

Em debate sobre o tema, recebemos acadêmicos angustiados com sua formação e relatando condições de estudos totalmente incompatíveis com a formação de novos médicos e com os altos valores cobrados. Pasmem: citaram a falta de professores capacitados, falhas na grade curricular e até a inexistência de carteiras para todos os alunos.

Muitas dessas faculdades recorrem a brechas na legislação, usando artifícios legais para expandir suas operações sem que haja melhorias na qualidade do ensino. O Cremego tem buscado incansavelmente o apoio do Ministério da Educação, do Conselho Estadual de Educação e dos Ministérios Públicos Estadual e Federal e atuado junto ao Conselho Federal de Medicina, mas o desafio é grande.

Nossa luta não é por reserva de mercado, acusação que muitos tentam nos imputar. O que defendemos é a boa medicina, a formação adequada dos profissionais, o respeito aos acadêmicos e, acima de tudo, a segurança e o bem-estar da população.

Por isso, apoiamos a implementação do exame de proficiência para os formandos, essencial diante desse cenário de proliferação de cursos sem qualidade. A avaliação rigorosa é necessária para garantir que a população não pague o preço da ineficiência do ensino médico.

Além disso, é fundamental que as faculdades sejam avaliadas periodicamente para assegurar que ofereçam os requisitos necessários para a formação de médicos capacitados. A qualidade do ensino deve ser uma prioridade, e a boa medicina só será possível se os profissionais estiverem devidamente preparados para enfrentar os desafios do sistema de saúde.

O Cremego segue firme na luta pela qualidade do ensino médico, com o compromisso de garantir que os futuros médicos estejam preparados para oferecer um atendimento digno e de qualidade à população.

Sheila Soares Ferro Lustosa Victor é médica pediatra e presidente do Cremego

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