A medida entra efetivamente em vigor na próxima terça-feira, 24, e com a interdição os médicos ficam impedidos de trabalhar na unidade. O Cremego adotou essa medida por entender que a falta de segurança no Ciams põe em risco a saúde e a vida dos médicos que trabalham na unidade

A falta de segurança no Centro Integrado de Assistência Médica Sanitária (Ciams) do Jardim América, que põe em risco a integridade dos pacientes atendidos e dos médicos lotados no local, levou o Cremego a interditar a unidade. A interdição ética passa a valer na terça-feira, dia 24 de abril, e vai vigorar até que o problema seja sanado.

 

Com a medida, aprovada ontem (19) pela plenária do Cremego, os médicos ficam impedidos de trabalhar no Ciams Jardim América. O desrespeito à proibição fere o Código de Ética Médica.

 

A interdição, de acordo com o presidente em exercício do Conselho, Adriano Alfredo Brocos Auad, foi a única saída encontrada pelo Cremego diante da falta de solução para esse grave problema, mais um dos que afetam a unidade, que enfrenta também a falta de materiais, medicamentos, equipamentos e sobrecarga no atendimento.

 

Na última segunda-feira, dia 16, um grupo de médicos do Ciams Jardim América esteve no Cremego e apresentou novas denúncias sobre as más condições de trabalho na unidade. Eles reclamaram da falta de segurança no local, onde uma funcionária foi estuprada no último dia 10, durante o expediente. As médicas também denunciaram que têm sido vítimas de assédio sexual no centro de saúde.

 

No dia 17, o Cremego voltou a vistoriar o Ciams Jardim América e confirmou a denúncia dos médicos sobre a falta de segurança. O relatório da vistoria aponta que a unidade não dispõe de segurança para os funcionários, ficando esse serviço restrito à segurança do patrimônio, que é feita pela Guarda Municipal; que as entradas da unidade ficam abertas em período integral sem vigilância e que o acesso aos consultórios, administração, sanitários e repouso é livre.

 

O Cremego considerou que manter em funcionamento uma unidade de saúde que não oferece condições dignas de trabalho para não prejudicar a população que faz uso dos serviços ali prestados, esbarra na impossibilidade de se exigir o sacrifício da saúde, e até mesmo da vida, dos profissionais que atuam no local.

 

 

“A situação chegou a um ponto insustentável”, observa Adriano Auad, ressaltando que a unidade só será desinterditada quando a segurança for reestabelecida. Ele observa que outras unidades de saúde de Goiânia, inclusive estaduais, enfrentam problemas semelhantes, mas afirma que uma interdição geral nesse momento poderia agravar ainda mais a crise que afeta a saúde pública na capital. “Esperamos que após a interdição do Ciams Jardim América, a Secretaria Municipal de Saúde adote medidas para melhorar a segurança na rede pública”, diz.

 

O secretário Municipal de Saúde, Elias Rassi Neto, o prefeito Paulo Garcia e o Ministério Público Estadual foram comunicados hoje (20) sobre a interdição. Na próxima segunda-feira, às 18 horas, haverá uma reunião no Cremego com os médicos do Ciams Jardim América.

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