Especialistas analisaram as condições das instituições goianas e como aprimorar processos
Para inaugurar os trabalhos da sua Câmara Técnica de Segurança Institucional, o Cremego realizou o I Fórum de Segurança Institucional, na manhã do sábado (15). Com a presença de membros da diretoria e especialistas em gestão de saúde, o objetivo foi analisar o atual cenário das instituições goianas.
Na pauta, estava a diferença entre segurança e percepção dela, como mostrou o presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou, em sua apresentação a respeito do ambiente hospitalar.
Ele exemplificou com instituições consideradas de alto padrão, mas sem condições básicas para atender complexidades, como UTI e exames.
“Nós estamos chamando de ‘hospitais’ aquilo que não é hospital”, alertou Haikal.
“Ainda existe a crença de que a acreditação é uma ‘medalha’. Porém, o que acontece é que uma instituição acreditada e certificada tende a ter processos e condutas que geram melhores resultados”, acrescentou ele.
O que é um hospital?
Em seguimento ao debate, o médico fiscal do Cremego, Saul Erzom, explicou sobre as classificações das instituições de saúde, com base em definições do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Os hospitais são classificados como locais com, pelo menos, cinco leitos, equipe clínica organizada e presença de médicos por 24 horas, entre outros critérios. Trata-se de um conceito básico, mas algumas instituições se restringem apenas a isso.
“As classificações são frágeis e confusas, mas deixam oportunidades para atualizações. Por isso, a questão do enquadramento inadequado de muitos hospitais em Goiânia está na inclusão apenas por esse conceito”, informou.
O paciente no centro do cuidado
O I Fórum de Segurança Institucional do Cremego abordou ainda a jornada do paciente e a assistência centrada na pessoa, com a palestra da diretora da Rede Mater Dei de Saúde, Mariane Tarabal.
Ela descreveu que informar sobre as condições clínicas de forma clara e prestar um atendimento respeitoso são essenciais para o paciente se sentir satisfeito. Isso ajuda na adesão ao tratamento, pois o indivíduo entende que também é responsável pela própria saúde.
Para esse empoderamento do paciente ser bem-sucedido, é preciso ter estratégias, como materiais que expliquem o diagnóstico e as condutas médicas realizadas. Além disso, é importante incentivar as perguntas, definir metas e compartilhar os resultados.
Com esses objetivos, o médico possui um papel transformador. “Temos que deixar o paciente falar mais e saber escutá-lo. Vocês precisam sair daqui com isso em mente, de que são agentes da mudança”, declarou.
Segurança como demanda para os médicos
Para finalizar o evento, a diretora Técnica na QGA, organização responsável pela implementação do programa de acreditação internacional Qmentum International no Brasil, Melissa Chueiri, ressaltou que as práticas de segurança devem ser preocupação também dos médicos, não apenas dos gestores das instituições.
Um aspecto fundamental está no repasse assertivo das informações entre os membros da equipe, assim como o preenchimento correto do prontuário.
“Nós (médicos) precisamos liderar não como protagonistas, mas como responsáveis pelas conduções dos processos de segurança. Temos que entender que somos parte dos serviços (de saúde) e não apenas ‘passadores de visitas’, nos responsabilizando para ser os condutores da linha de cuidado”, afirmou.
Câmara Técnica de Segurança Institucional
A Câmara Técnica de Segurança Institucional tem a seguinte composição:
Paula Pires de Souza – coordenadora
Haikal Yaspers Helou – vice-coordenador
André Luiz Braga das Dores
Bárbara Teodoro Vasconcelos Rodrigues
Fabiano Calixto Fortes de Arruda
Felipe Maia de Toledo Piza
Fernando Protásio Carneiro
Leonardo Brandão
Paulo Gonçalves Júnior
Luiz Rassi Júnior
Mariane Santos Parreiras Tarabal
Paulo César Brandão Veiga Jardim