Para celebrar o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, médicos especialistas se reuniram para debater as atualidades no manejo da doença
O Brasil concentra um terço de todos os casos de tuberculose nas Américas. São cerca de 80 mil novos diagnósticos da doença por ano, segundo o Ministério da Saúde. Para abordar essa enfermidade ainda tão prevalente, o Cremego realizou o I Curso de Atualização em Tuberculose, em parceria com a Sociedade Goiana de Infectologia (SGI), a Sociedade Goiana de Pneumologia e Tisiologia (SGPT) e a Secretaria da Saúde de Goiás, na sexta-feira (21).
Durante todo o dia, médicos e demais profissionais da saúde tiveram a oportunidade de conhecer as condutas atuais e novas perspectivas na assistência a pacientes infectados.
Foram tratados temas como neurotuberculose, vacinas para pneumopatas, infecção latente, transplantes, doença pulmonar pós-tuberculose e cirurgia torácica no tratamento de complicações.
“Apesar de ser uma doença prevenível, tratável e curável, os números mostram que ainda temos muito a melhorar”, destacou o presidente da Sociedade Goiana de Infectologia, Hélio Ranes. Ele mostrou que, para 2030, as metas da Organização Mundial da Saúde (OMS) envolvem a redução de 80% dos casos de tuberculose, 90% dos óbitos e zerar os pacientes que sofrem com sequelas.
A médica pneumologista e vice-presidente da Sociedade Goiana de Pneumologia e Tisiologia, Daniela Campos Muniz Mattos, alertou sobre os poucos avanços no diagnóstico precoce. Além disso, a tuberculose também costuma ser confundida com outras doenças.
“Devemos nos lembrar que um paciente não tratado pode infectar outras 15 pessoas durante um ano. Por isso, precisamos capacitar vários profissionais de saúde, de forma multidisciplinar, para promover diagnósticos corretos”, afirmou.
Para a superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria da Saúde de Goiás, Cristina Borges Laval, é importante ter atenção especial às populações vulneráveis, como em situação de rua e dependentes químicos, que podem ter maiores problemas com a adesão ao tratamento, que costuma ser longo.
“O manejo do paciente deve extrapolar a área de saúde, com uma atuação transversal, envolvendo também educação e assistência social, para termos estratégias que enfrentem esses desafios”, declarou.
Debates como esse são de interesse de toda a sociedade, comunidade científica e autoridades médicas, como afirmou o 2º vice-presidente do Cremego, Vagner Ruiz Gil. “Ficamos satisfeitos em sediar o curso, pois uma das nossas prioridades é trazer o médico para dentro da casa dele, que é o Conselho”.